Revista Brasileira de Direito Aeroespacial
O JUBILEU DE OURO DA SBDA
Conferência pronunciada pelo
Prof. Élio Monnerat Solon de Pontes,
Vice-Presidente da SBDA,
na Solenidade Comemorativa.
Sejam as minhas primeiras palavras para
agradecer ao insigne Presidente Brigadeiro Pedro Ivo Seixas pelo honroso
convite para proferir a Conferência Alusiva, prevista no programa
comemorativo dos cinqüenta anos de atividades fecundas desta Sociedade
Brasileira de Direito Aeroespacial, assim me proporcionando a grata
oportunidade de emitir um depoimento acerca do notável papel que a mesma vem
desempenhando no elevado escopo de atingir suas excelsas finalidades e
extrair dos seus anais o atestado vivo de sua benfazeja existência.
Agradeço, igualmente, sensibilizado, ao preclaro e fraternal amigo e ilustre
colega Coronel Antonio Carlos Serra de Castro pela imerecidíssima
liberalidade de haver proposto meu nome para presidir esta memorável sessão
de gala tão estuante de ressonâncias emocionais.
JUBILEU
Jubileu era o nome de instrumento musical –
jobel em hebraico, iobelaios em grego e jubilaeu em latim – destinado a
anunciar ano festivo de evento marcante. E é marco histórico celebrado
mediante decisões especiais pela religião católica, sendo disso exemplo a
assumida pelo Papa Leão X, em 1517, oferecendo graças indulgenciais aos
fieis que contribuíssem com espórtulas para a guerra contra os turcos, como
também é usual anunciar indulgências, de 25 em 25 anos, os chamados marcos
jubilares. Os hebreus antigos celebravam os jubileus para a remissão dos
escravos, e o perdão de culpas e dívidas.
O JUBILEU DA SBDA NOS 500 ANOS DO BRASIL
Hoje o termo generalizou-se para, em diferentes
graus, significar a celebração do aniversário de episódios e de instituições
diversas, em função do tempo considerado. Este ano, o próprio Brasil
empolga-se na celebração da primazia jurídica de Pedro Alvares de Gouveia,
depois Pedro Alvares Cabral quanto ao descobrimento do Brasil, sem contestar
a anterioridade dos navegantes espanhóis Alonso de Ojeda, Vicente Yáñes
Pinzon (acompanhado por Juan de la Cosa e Américo Vespúcio) e Diogo de Lepe,
justapondo a isso a curiosa circunstância de que é incontestável a primazia
de Cristóvão Colombo e também historicamente reconhecida a anterioridade da
chegada dos portugueses à América do Norte, graças a João Vaz Côrte Real e
Álvaro Martins Homem em l474 e a João Fernandes, o Lavrador, em começos de
1492. Na realidade, os portugueses anteciparam-se ao navegante genovês a
serviço dos reis de Espanha, o bravo Colombo. Este, aliás morreu supondo
haver atingido as ante-ilhas da Índia, donde o nome de Antilhas, nem de
longe supondo ser-lhe reservada pela História a glória do descobrimento do
Novo Mundo, que, a propósito, logicamente, deveria, nessa ordem de idéias,
chamar-se mais apropriadamente Colômbia do que América.
POR QUE FOI CRIADA A SBDA ?
No caso da Sociedade Brasileira de Direito
Aeronáutico o nosso pensamento volta-se, necessária e irresistivelmente,
para aqueles que, um dia, empolgados pelo culto dos mesmos valores que hoje
nos congregam, uniram-se para fundar a Sociedade Brasileira de Direito
Aeronáutico, depois Sociedade Brasileira de Direito Aeronáutico e do Espaço
e hoje Sociedade Brasileira de Direito Aeroespacial.
Enleados pelos mesmos fins e ideais que nos
congregam, vimo-nos agradavelmente movidos a lançar os olhos ao passado,
para cultuar a tradição e reverenciar os fundadores, mesclando o júbilo
áureo da glória destes e dos continuadores com a suave emoção do
reconhecimento e mesmo da saudade dos companheiros e amigos que se foram,
deixando a lembrança do seu amável convívio, dos seus exemplos edificantes,
de sua cultura, do seu saber, de sua amizade e do produto fecundo e
benfazejo do seu idealismo.
Não é sem fundamento, no entanto, que a palavra
jubileu ostenta um radical que nos fala de alegria, de contentamento, porque
ele traduz vitória e triunfo.
O grande sonhador, sonhador de um sonho comum a
um pugilo de abnegados, idealistas e homens cívicos, foi o então Ten.
Brigadeiro-do-Ar, depois Marechal do Ar Hugo da Cunha Machado que, enquanto
Deus lhe deu qualquer resto de alento, dedicou a esta instituição o melhor
de si para o bom nome da instituição, numa participação histórica de
liderança construtiva, fraternal e lúcida.
Coexistiam nos anos iniciais da SBDA, a CERNAI
e o DAC, com orientações diferentes e objetivos, em última análise, por
certo convergentes.
Duas preocupações empolgavam, principalmente a
CERNAI, há cinqüenta anos: as Convenções de Roma e de Varsóvia, carentes de
modernização, principalmente esta última extremamente sensível aos
progressos incessantes e irrefreáveis da aeronavegação. O zelo no escopo de
conduzir da melhor forma possível o exame desses temas inspirou a idéia de
recorrer aos luminares do Direito, que então resplandeciam nas nossas
Universidades. Daí o apelo à contribuição de mestres do porte de José
Ferreira de Souza, José de Aguiar Dias, Themístocles Brandão Cavalcanti,
Carlos Medeiros da Silva, João Vicente Campos, José Cândido Sampaio de
Lacerda, Cláudio Ganns e outros
Com o apoio do Ministro de Estado Ten.
Brigadeiro-do-Ar Armando Figueira Trompowski de Almeida, a idéia de criar
uma Sociedade na qual esses assuntos fossem estudados e debatidos pela
apontada plêiade de mestres eminentes, lado a lado com os integrantes da
CERNAI converteu-se em vibrante realidade. Em pronunciamento sobre isso o
Min. Trompowski, desde cedo, vislumbrou nesta Sociedade, a construção de um
poderoso instrumento para a modernização do nosso então denominado Código
Brasileiro do Ar.
COMO FOI INSTITUÍDA A SBDA
Foi sob a presidência dos Ministro de Estado
Armando Trompowski, em 13 de abril de 1950, que, na CERNAI, Comissão de
Estudos Relativos à Navegação Aérea Internacional, os membros desta e alguns
eminentes juristas que com ela colaboravam deliberam formar a SBDA.
O Presidente da CERNAI, o então Brigadeiro do
Ar Hugo da Cunha Machado propôs que uma Comissão de quatro membros fosse
eleita para elaborar os estatutos, no prazo de sete dias: José Aguiar Dias,
Themístocles Brandão Cavalcanti, Cláudio Ganns e Mário Fidalgo foram eleitos
para compô-la e já em 20 de abril, foram os Estatutos aprovados. Era espelho
fiel do dinamismo e da eficiência do elenco de notáveis que, desde então,
passou a exercer o papel de consciente elemento consultivo do Ministério da
Aeronáutica, ainda que fora da estrutura deste, conforme a ótica objetiva e
na designação feliz de Cunha Machado.
A PRIMEIRA DIRETORIA. FUNDADORES
Na mesma ocasião foram aclamados, para compor a
primeira Diretoria, os seguintes nomes que pronuncio com especial respeito e
merecida admiração:
Presidente - Prof. José Ferreira de Souza, meu
Insigne Mestre, no Doutorado da Faculdade Nacional de Direito da
Universidade do Brasil;
1° Vice-Presidente - Prof. Themístocles Brandão
Cavalcanti, que brilhou tantos anos na F. G. V. e é autor de inúmeras obras
jurídicas;
2° Vice-Presidente- Juiz Dr. José de Aguiar,
autor de obras admiráveis lapidares sobre responsabilidade civil;
3° Vice-Presidente - Dr. Antonio Paulo Moura,
que hoje nos honra e desvanece com sua presença e de longa data por sua
cultura jurídica. especializada;
Secretário Geral - Dr. Cláudio Ganns, um dos
grandes e cultos dinamizadores da SBDA, como demonstraremos;
1° Secretário- Dr. Carlos Medeiros da Silva,
eminente e saudoso amigo, o primeiro Consultor Jurídico da Petrobrás, ao
qual visitei algumas vezes no pequeno recinto em que ele preparava,
juridicamente, a semente fecunda da empresa estatal petrolífera do Brasil .
2° Secretário - Dr. José Ribamar de Faria
Machado, sobre o qual falaremos no decorrer desta exposição;
1° Tesoureiro- Dr. Major Aviador José Augusto
de Paiva Meira;
2° Tesoureiro - Dr. Aylsio José de Moura Alves
de Souza, que, pouco depois, iria representar, com realce, o Brasil na OACI;
Comissão Fiscal. Efetivos: Dr. Antonio Batista
Pereira, Dr. Floriano de Aguiar Dias, Dr. José Sollero. Suplentes: Dr.
Antonio Vieira de Mello, Dr. Paulo Padilha Vidal, Dr. Cândido Álvaro de
Gouveia
Conselho Consultivo: Brigadeiro do Ar Hugo da
Cunha Machado, Dr. Cícero Ribeiro de Castro, Dr. João Vicente de Campos, Dr.
Pedro Cybrão, Cônsul Edmundo Penna Barbosa da Silva, Dr. Eurico Paulo Valle,
Dr. A. B. Carneiro de Campos, Dr. Stelio Bastos Belchior, Dr. Trajano
Furtado Reis, Dr. Mário Fidalgo, Dr. Waldemar da Silva Moreira, Prof. José
Cândido Sampaio de Lacerda.
Ainda figuram, entre os fundadores, os Doutores
José Carlos Noronha, Carlos da Rocha Guimarães, César da Silveira Grillo e o
Cel. Benjamim Manuel Amarante.
VINTE ANOS DEPOIS
Depois de 20 anos de vida da Sociedade ainda
achavam-se em plena atividade José Ribamar de Faria Machado, Aylsio Alves de
Souza, João Vicente Campos, Eurico Paulo Valle, Carneiro de Campos, Stélio
Bastos Belchior, Trajano Furtado Reis, José Cândido Sampaio Lacerda,
Carneiro de Campos, Antonio Paulo Moura e outros, enquanto novos juristas
ilustres vieram enriquecer os quadros da instituição e que serão mencionados
no decorrer desta fala, indicada no programa do jubileu como Conferência
Alusiva. Desde logo, entre eles, honra-me citar: Oliveiros Lessa Litrento,
Aloysio Marques de Araújo, Ivan Lobo de Araújo, Antonio Joaquim Vizeu de
Penalva Santos, Fernando C. Silveira Braga, Clovis Ramalhete, Oscar Tenório,
Luiz Carlos Amaral, Madalena Lôndero, Maria Beatriz Barrientos, Francisco
Mendes Xavier, Juan Viniegra, Giceli Tavares Fanara, Rey Caru, Jorge
Fontoura (do DAC), Plínio Oldemar Pacheco e outros.
Anos e anos a fio conduzindo a SBDA, Hugo da
Cunha Machado promoveu a divulgação do nome desta instituição em todo o
Mundo, credenciando especialistas para a representação internacional do
país, inclusive sugerindo nomes para a ICAO, fazendo convênios com
instituições abalizadas de outras países, promovendo cursos de interesse da
aeronáutica, permutando professores com a Universidade de Miami, inspirando
a criação da ALADA, Associação Latinoamericana de Derecho Aeronáutico e
encorajando a do Instituto Iberoamericano de Derecho Aeronáutico y del
Espacio y de la Aviación Comercial, sediada em Madrid, ambas em plena
atividade e com incalculáveis serviços devotados ao progresso do Direito
Aeronáutico e Espacial.
Ao lado de Cunha Machado, maranhense ilustre,
Marechal-do-ar egresso da Marinha de Guerra, um outro símbolo de dinamismo e
de entusiasmo no sentido etimológico da palavra pontificava nesta sociedade:
refiro-me ao Dr. José Ribamar de Faria Machado, posteriormente Deputado
Federal. Dentre os criadores avultam nomes como os do Professor José
Ferreira de Souza figura extraordinária de jurista e mestre, criativo e
dedicado, antes meu professor e depois meu colega que, certa ocasião
sensibilizado pelo interesse dos seus alunos de doutorado, na vetusta
Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, dando curiosos
exemplo de criatividade e dedicação ao ensino convidou-os para uma aula em
sua própria residência, em meio a deslumbrante biblioteca, em cativante e
espontânea demonstração de saber e de bondade, ao final regada a primoroso
vinho de velha casta.
CLÁUDIO GANNS E A REVISTA DE DIREITO
AERONÁUTICO
Por falar em Biblioteca, o nosso pensamento
volta-se para a figura inolvidável de Cláudio Ganns, dinâmico e devotado
Secretário Geral da Sociedade, primeiro ocupante do cargo, uma das abelhas
daquela colmeia inicial, verdadeiro símbolo de dedicação a esta casa, que
hoje se engalana para rememorar tão belos tempos.
Coube-lhe, com seu prestígio pessoal e a
respeitabilidade de uma equipe de escol, fundar e dirigir a Revista de
Direito Aeronáutico, e, mais do que isto, com o apoio de Antonio Vieira de
Mello, Diretor da Imprensa Nacional, também insigne associado, conseguir que
fosse ela editada nas oficinas daquele exuberante parque gráfico situado na
Avenida Rodrigues Alves, em frente ao cais do Porto do Rio de Janeiro.
Peguei esse tempo, não só como Secretario
Geral, cargo que exerci, pela primeira vez, em 29 de abril de l968,
sucedendo a Luiz Ivani da Amorim Araújo, mas também como Diretor e
colaborador da Revista. Muitas vezes levei, pessoalmente, os originais da
nossa Revista Brasileira de Direito Aeronáutico, à Imprensa Nacional, mercê
do caminho aberto pelo prestígio de Carlos Ganns e Antonio Vieira de Mello.
Nessa revista perpetuaram-se valiosas contribuições doutrinárias que
correram o mundo elevando o renome cultural especializado de nosso país.
Ilustres e consagrados tratadistas de outros
países, sendo alguns deles verdadeiras celebridades, honraram-se de enviar
suas contribuições doutrinárias. Compulsando ao acaso alguns exemplares e,
depois , recorrendo ao precioso site da SBDA na Internet, constatamos
artigos da lavra de Marcel le Goff, L. H. Wilcox, C. Berezowski, Mankiewicz,
Alex Meyer, Eugéne Pepin, Julian G. Verplaetse, Knut Ammarskjold, Paulo
Ernesto Tolle, Antonio Francoz Rigalt, John Cob Cooper, Antonio Ambrosini,
Antonio Scialoja, Rode-Verschoor, Oswaldo Blas Simone, André Garnault,
Enrique Mapelli y Lopes, Emmanuel Pontavici, Siegfredo D. Blauzwin, Jeffrey
Gaynes, José Bogolasky, Ruben Dario y Basualdo, Nestor Errecart, E. L.
Lavalle Razuri, F.A. Cardman, Juan Palacín Fernándes, Ana Maria recalt,
Assad Kotaite, Amedeo Gannini, John Overstreet, Ralph Scheinsberg, Aldo
Armando Cocca, Whitney Gilliard, Alvaro Bauzá Araujo, Marta Gaggero
Montaner,Robert Papkin, Oscar Fernandes Brital e muitos outros autores de
renome internacional.
Morto Cláudio Ganns, sua veneranda viúva, D.
Layde Amoroso Ganns, fiel ao idealismo do esposo, ofereceu à sociedade sua
rica e primorosa biblioteca especializada, mais tarde sendo, em homenagem
justíssima, aquinhoada com o título de Sócia Benemérita da Sociedade, o que
ocorreria em 28 de dezembro de 1960, depois de 10 anos da fundação.
A NOTÁVEL BIBLIOTECA
Sobre esse patrimônio valiosíssimo cumpro o
grato dever de dar-lhes um depoimento surpreendente, quase espantoso.
Preocupava-me eu com a persistência incômoda da velha e desatualizada
denominação do nosso Código de Aviação Civil, que teimava em continuar sendo
Código Brasileiro do Ar, em anacronismo que caracterizava indefensável erro
terminológico. Com efeito, numa época em que o Direito do Ar se apresentava
notoriamente subdividido em Direito Aeronáutico, Direito Espacial, Direito
de Telecomunicações e quando o Direito Dutoviário assumia cada vez mais
importantes proporções doutrinárias e econômicas, dispus-me a encampar a
luta contra a resistência de certo posicionamento tradicionalista que
insistia em apegar-se à velha, ultrapassada e indefensável denominação. É
comum que, em todos os campos doutrinários hajam certas correntes que, por
vezes, apegam-se, intransigentemente, até a erros gramaticais, opondo-se,
caprichosamente, a atualizações e retificações imperiosas.
Pois bem, decidido a empreender alguma coisa
para substituir o título arcaico do nosso Código, vencido na Comissão,
comecei por fazer levantamento minucioso de livros antigos e modernos
atinentes ao assunto e a efetuar estudo comparativo da legislação
internacional vigente, a que recorreria em defesa de denominação mais
consentânea. Os nomes cogitados eram ou Código Aeronáutico ou simplesmente
Código Brasileiro de Aviação Civil, em seu singelo e intuitivo objeto,
consagrado no Departamento de Aviação Civil do nosso Ministério da
Aeronáutica, embora denominação excessivamente restrita.
Preenchendo mais de uma página de títulos e de
autores que refulgiam desde o dealbar do próprio balonismo, tive a imensa e
agradável surpresa de constatar que todos os livros relacionados, sem
exceção, no mencionado rol, eu os encontrei na Biblioteca Dr. Cláudio Ganns
da Sociedade Brasileira de Direito Aeronáutico e do Espaço sem necessidade,
pois, de recorrer a qualquer outra biblioteca. Quanto à legislação
internacional vigente, a grande fonte encontrei-a no repertório de autoria
de Enrique Mapelli y Lopes, Consultor Jurídico da Ibéria e Secretario Geral
do IIDAEAC .
Graças a isso pude escrever artigo na Revista
Forense e fazer chegar minhas razões ao Congresso Nacional através de um
Congressista cujo nome pronuncio com admiração e apreço, pelo muito que
representa para esta casa e para a modernização do Direito Aeronáutico
Brasileiro: o ex-Deputado Federal José Ribamar de Faria Machado.
Pequeno trecho desse trabalho dá idéia da
exuberância qualitativa de nossa biblioteca. "Muitos, com razão, examinavam
a problemática jurídica emergente da aeronavegação incipiente como simples
faceta do Direito Civil, do Direito Público, do Direito Internacional
Público, do Direito Internacional Privado, e, depois, do Direito de Guerra e
alguns o examinaram do prisma do Direito Tributário. São exemplos disso,
Paul Fauchille ("Droit Internacional Sur Le Régime Jurídique des
Aérostats"), Hermann Döring ("Direito Internacional da Aeronáutica Privada",
"Das Internationale Recht der Privatluftfahrt"), Hershey ("Direito
Internacional do Espaço Aéreo"), Jean Frigotelle (Droit Internationale
Aérien"). Leonida Gordini (II Diritto Dello Stato Sull’Atmosfera Nei
Riguardi Internacionali), Derselbe (Direito Internacional do Tráfego
Aéreo"). James W. Garner ("Reglementation Internationale de la Guerre
Aérienne), Greer Rowan ("Regulamentos Aéreos Internacionais"), R. Jacuzio
("Diritto Pubblico sula Navigazione Aerea"), André Kaftal ("A Aviação e o
Direito Civil", "Lotnictwo a Pravo Cywilne"), Joseph Kohler (Die
Luftschiffahrt in Völkerrecht", "A Navegação Aérea no Direito das Gentes"),
Antonio de Lapradelle ("Droit Internationale de l’Air), Leopoldo Passano
("Diritto Privato Aeronáutico Internazionale"), Von Pfuhlstein ("Die
Privatrechtliche Stellung des Ballonfuhrer"), Roger Piogey ("Des Régles du
Droit Internacional Applicables à L’aviation"), Pranzataro (Regulamento
Internacional da Navegação Aérea"), I. Pereterski ("Problem Prava
Vozdusnoivoini", "O Problema do Direito da Guerra Aérea"), Heinrich von Pohl
(Direito da Guerra Aérea"). Gunther von Hacknitz ("Die Neutralität Im
Luftkriegrecht", "A Neutralidade no Direito da Guerra Aérea"), Fernand de
Visscher (Droit Internationale de la Navigation Aérienne en Temps de Paix" e
"Direito Tributário Aéreo), Viktor Wurth (Luftzollrecht"). Merece especial
referência que, apesar da despreocupação com o rigor terminológico que
caracterizou as primeiras décadas da aeronavegação, alguns autores se
detiveram no exame científico das verdadeiras divisões do Direito do Ar,
hoje universal e tranqüilamente reconhecidas. Foi o caso de Carlo Musto ("II
Nuovissimo Diritto Delle Comunicazione e Del Trafici", no qual examina as
"comunicazioni radio eletriche ed aeree"); Llanos y Torriglia, apreciando as
perspectivas da Aeronáutica e da teletransmissão à luz do Direito; S.
Cacopardo Melita que se aprofundou no estudo dos dois principais aspectos do
Direito do Ar, em seu sentido lato, e Denton, que estudou o regime Jurídico
do espaço aéreo e da Aviação, "Law Governing Air Space and Aviation".
Alguns autores se fixaram no estudo do Espaço
Aéreo e da soberania sobre o mesmo, como foi o caso de Hermann Erythropel
("Das Recht am Luftraum"), Cindoya y Orcoz ("El Derecho de Domínio sobre el
Espacio Aéreo"), F. Peyrey (La Jurisdiction de l’Atmosfere") e Silvio
Trentin ("Il Diritto Dello Stato Sullo Spazio Aereo").
Outros se impressionaram e se deixaram seduzir
por simples aspectos particulares do conjunto, como foi o caso de Von
Tschudi, que denominou seu trabalho "Direito de Liberdade de Pouso" ("Freies
Landungsrecht"), lembrando Alex Meyer, ao empregar a expressão "Direito de
Voar" ("The Right to Fly")."
O Brasil afastar-se-ia definitivamente, dos
poucos países que, negligentemente, ainda conservavam essa denominação
arcaica e equivocada, inclusive a URSS, passando a adotar o título Código
Aeronáutico Brasileiro.
OUTRAS PERSONALIDADES EMINENTES
Merecem referência, por terem participado dos
trabalhos da SBDA e de sua diretoria personalidades de alta respeitabilidade
e saber jurídico: Professora Betty Borges Fortes, George Loutz, José Luiz
Campos, Luiz Maurício Machado Paschoal, Andréa Trípoli, Roberto Carlos Viana
Alves, Sylvio Barbosa Sampaio, Hésio Fernandes Pinheiro, Ivan Lobo Araújo,
Armando Redig de Campos, Antonio Paulo Moura, Trajano Furtado Reis, Joaquim
Vizeu de Penalva Santos, Eurico Paulo Valle, Clóvis Ramalhete, Eurico
Figueiredo Brasil, Erik Oswaldo Kastrup de Carvalho, Isak Farache, Tarcísio
Ferreira Ângelo, Martinho Garcez Neto, Ten. Brig. Martinho Cândido dos
Santos, Carlos da Rocha Guimarães, Mário Palmeira Ramos da Costa, Isaac
Jakubovicz, Joaquim Inojosa de Andrade, Fernando Carlos de Souza Braga, José
Almir de Siqueira, Alberto Rodrigues Soeiro, Aírton da Costa Paiva, Tehil
Gaspar de Oliveira e Mário Barbedo Filho.
A ATUAÇÃO PROFÍCUA DA SBDA
Em relance sobre as atas da Sociedade, lançadas
durante tantos anos, graças a levantamento realizado pela jovem e brilhante
colega Ellen Fontanella podemos rememorar alguns pontos merecedores de
referência, para que se tenha idéia dos serviços prestados pela SBDA, em seu
50 anos.
Já em l952, o preclaro Prof. Oscar da Cunha,
cultura prodigiosa e dedicação sem par ao nosso país, propunha fossem
manifestados ao Ministro do Exterior, os aplausos da SBDA à restauração do
Monumento a Santos Dumont, em Paris, que se achava comprometido pelo tempo.
A propósito, durante muitos anos, em congressos
jurídicos internacionais, mesmo com predomínio de povos hispano-americanos
surpreendia-nos e nos chocava ouvir referências erradas sobre o inventor do
mais-pesado-que-ar, levando-nos a inúmeros apartes e a contatos de
bastidores com os autores de referencias que postergavam a primazia
comprovada e inquestionável de Alberto Santos Dumont.
A PRESERVAÇÃO DA GLÓRIA DE SANTOS DUMONT
Por esse motivo, em 1983, ao ensejo das
Jornadas Iberoamericanas de Derecho Aeronáutico y del Espacio y de la
Aviación Comercial, realizadas em Madrid, enviamos cuidadosa comunicação
científica como contribuição ao denominado Acto de Honor de los Pioneros de
la Aviación, tendo o eminente colega Dr. Aguinaldo Junqueira Filho, se
dignado distinguir-me com a honra de levá-lo ao Secretário-Geral do IIDAEAC,
Dr. Enrique Mapelli y Lopes.
Nesse trabalho, focalizamos as respostas a essa
pergunta fundamental:
— Quem pela primeira vez conseguiu fazer voar
um aparelho mais pesado que o ar decolando com os seus próprios meios, isto
é, sem qualquer auxílio ou artifício externo inicial ?
— Quem, realmente, mereceu o título de inventor
do aeroplano, segundo o grande desafio da época, de modo a merecer o prêmio
"Deutsch-Archdeacon", lançado em Paris, em 15 de dezembro de 1904 ?
Analisamos as cinco respostas básicas a essa
indagação; Otto Lilienthal que realizou centenas de vôos com planadores,
lançando-se impavidamente de uma colina e pagando com a vida o sonho de
conquistar os céus; Clément Ader que em 14 de outubro de 1897, no campo
Satory, com seu "Morcego", teria conseguido elevar-se do solo alguns
segundos, prosseguindo seus esforços com outros aparelhos e postulando
auxílio oficial do governo da França. Foi, porém contraditado pela Comissão
de Alto Nível presidida pelo General Mensier que atestou, sem contestação
que os aparelhos não voaram e que o Governo deveria suspender totalmente
qualquer auxílio, o que foi decidido sem resistência.
Samuel Pierpoint Langley que construiu um
aparelho a que denominou "Aèrodrome" que seria lançado mediante catapulta,
de um barco no rio Potomac, em 1903, e que, porém, redundou em total
fracasso. Langley somente em 1914, graças a subsídio de US$ 2.000.000 fez
voar um aeroplano, pilotado por Glenn Curtiss, porém isso aconteceu vários
anos depois de Santos Dumont.
Os irmãos Wright afirmaram, depois do vôo de
santos Dumont, que haviam conseguido fazer voar, em 1903, o seu "Flyer",
porém nem mesmo catapultado conseguiram esse feito. Na verdade seu fracasso
foi testemunhado por 12 repórteres de Dayton e Cincinnati e eles próprios
justificaram o insucesso confessando, textualmente, que "a máquina iria
requerer forte rajada de vento para elevar-se do solo". É decisivo enfatizar
que o próprio "Signal Corps Flyer", documentado em 1909, pelo Museu
Aeroespacial de Washington, D.C., ainda conservava as características de um
planador, que embora com propulsão a motor, precisava ser catapultado,
pelo chamado "pylon" para que pudesse decolar. Célebre é a frase do escritor
Anatole France, em 1909, quando afirmou: "Wright détient le record de la
distance, seul et à deux. II ne s’est point encore envolé par ses propres
moyens".
Já Santos Dumont, em 13 de setembro de 1906,
conseguiu voar alguns segundos, conforme registrado pela Comissão do
Aeroclube de França, e, em 23 de outubro do mesmo ano, fez decolar o 14 Bis,
cobrindo o percurso de 60 metros a dois metros de altura, conquistando o
prêmio histórico "Deustsch-Archdeacon" de forma absolutamente indesmentível
e com a mais ampla repercussão.
O grato efeito dessa comunicação científica
refletiu-se em carta a mim endereçada pelo Dr. Enrique Mapelli, Secretário
Geral do referido órgão consultivo das Nações Unidas, que assim se
expressou: "permitame, amigo y profesor, que le felicite muy efusivamente
por el transcendental estudio que vd. ha llevado a cabo, analizando, uno por
uno, las actuaciones de los iniciadores de la actividad aeronáutica. Llega
vd. a la conclusión, documentada e indudable, de que a Santos Dumont
corresponde la primacia de haber construído y pilotado un aeroplano
entendido como aeronave que pudo despegar por la propria fuerza de sus
medios de propulsión".
"Su estudio, professor Monnerat, constituye un
aportación fundamental y decisiva a la bibliografia de Santos Dumont".
Sem favor, nada disso teria sido possível, sem
a existência desta sociedade e sem que o Ministério da Aeronáutica, lucida e
persistentemente, a prestigiasse.
Aliás, em 1957, a SBDA recebeu subvenção do
Congresso Nacional e, entre os muitos Ministros da Aeronáutica, todos amigos
da Sociedade, figurou o Major-Brigadeiro Henrique Fleiuss, por isso mesmo
distinguido com o título de sócio honorário.
1957 - NASCE O DIREITO ESPACIAL
Nessa época, depois do lançamento do primeiro
Sputnik, data reconhecida como a do nascimento do Direito Espacial, este
passou a ser objeto da preocupação dos nossos pioneiros surgindo diversas
obras e contribuições sobre a matéria. Haroldo Valladão, Hésio Fernandes
Pinheiro, Luiz Ivani de Amorim Araújo, Oliveiros Lessa Litrento e outros,
empenharam-se neste estudo. Permito-me dizer que, nesta sociedade,
estimulado por Cunha Machado e Haroldo Valladão, atrevemo-nos a elaborar um
ante-projeto de Código de Direito Espacial cuja originalidade pusemos à
prova nos Estados Unidos, em pesquisa realizada na Law Library Reading Room,
da Biblioteca do Congresso americano e em contatos com legisladores
americanos. Foi-me proporcionada a oportunidade de apresenta-lo através das
ondas da Voz da América e ver-me distinguido, em razão dele, com a
condecoração do Scroll of Friendship, outorgado pela Municipalidade de
Miami, graças ao convívio mantido na SBDA..
Em 1968, a instituição passou a denominar-se
Sociedade Brasileira de Direito Aeronáutico e do Espaço, alterando-se
concomitantemente, o nome da Revista, proposta esta já amadurecida e firmada
pelo Dr. Andréa Tripoli.
PRIMEIRO CURSO DE DIREITO AERONÁUTICO
Em 1975, a SBDA tomou uma iniciativa das mais
importantes: foi realizado o primeiro Curso de Direito Aeronáutico,
iniciativa mantida, ampliada e desenvolvida até os nossos dias, com notável
êxito, muitas vezes do seu programa constando visita a órgãos de controle de
vôo e a instalações militares, sem excluir o Museu do Campo dos Afonsos.
Em l981, faleceu José Cândido Sampaio de
Lacerda, causando imensa consternação logo depois sendo homenageado com uma
obra polianteica, editada pela IIDAEAC para cuja elaboração tive
oportunidade de colaborar. O inesperado passamento causou grande surpresa
porque estava ele seriamente empenhado nos trabalhos da Comissão de
Elaboração do ante-projeto de lei de criação do Tribunal Aeronáutico, do
qual faziam parte Penalva Santos, Carolina Sotto Mayor e o autor destas
linhas. Vinha, freqüentemente à SBDA, empolgado pela idéia o eminente Des.
Enéas Machado Cotta.
Sendo Secretário Geral Isaac Jacubovicz
relatam-se conferências realizadas pelos abalizados especialistas Aguinaldo
Junqueira Filho e Expedito Albano da Silveira destacando, ainda, a
realização das XVII Jornadas Ibero-americanas de Derecho Aeronáutico, em
setembro de 1 987.
Nesse mesmo ano, Expedito Albano da Silveira,
ex-delegado do Brasil junto à OACI e ex-membro da CERNAI, é convidado pela
OACI para o desempenho da missão de organizar o Departamento de Aviação
Comercial de Cabo Verde, distinção que muito honrou os seus amigos e
admiradores desta Sociedade.
REFORMAS NA SBDA
Entre 1989 e 1999, o Ten. Brig. Waldir Pinto da
Fonseca assumindo a presidência da Sociedade, efetua profunda reforma
administrativa, regulariza a situação laboral dos servidores e registra a
própria Sociedade perante a Receita Federal.
A par da manutenção da Revista e de alteração
do seu formato, começa editar um Boletim que chega a atingir 660
destinatários regulares e, em onze edições, 6.600 exemplares.
Altera-se o regime de informalidade, ainda que
vigilante, que caracteriza nossas reuniões semanais das quartas-feiras,
mantidas religiosamente durante 39 anos, sendo estas substituídas por
conferências programadas, as primeiras das quais pronunciadas por Ana Lúcia
Salgado, Helio de Castro Farias, Jorge Bittencourt, Stélio Bastos Belchior,
Adir Albuquerque Mello e José Monserrat Filho.
A SOBERANIA AÉREA, O MAR DE 200 MILHAS E A SBDA
A essa altura suscita o maior debate a
delimitação da soberania aérea e sua relação indisfarsável com a soberania
marítima.
Exatamente por termos participado ativamente
dos debates, algo podemos dizer sobre a importância da SBDA repetidas vezes
enfatizada e reivindicada pelo eminente Jurista Dr. João Vicente Campos que
se não cansava de afirmar que na SBDA nasceu o Mar de 200 Milhas.
Começamos por representar a Sociedade na
Conferência da ONU sobre DEEP SEA MINING, Mineração no Fundo do Mar,
realizada em agosto de 1968, no Rio de Janeiro.
Questionava-se, na ocasião, a extensão da
soberania aérea do Brasil até o extremo da área sobrejacente ao seu
território e respectivas águas territoriais.
Em defesa dessa idéia, Eurico Paulo Vale
apresentou tese sustentando, em seu favor, o preceito constitucional que
dispunha sobre o assunto.
Como relator, opinei favoravelmente invocando a
Convenção de Genebra que assegura os direitos dos países marítimos sobre os
recursos vivos existentes no leito no sub-leito e aos minerais no sub-leito
da Plataforma Continental.
Os jornais da época deram excepcional destaque
ao assunto, popularizando-se a Sociedade de Direito Aeroespacial em notas,
notícias, entrevistas e manchetes disseminadas por todo país.
Todas as semanas, a Folha de São Paulo enviava
os seus repórteres á sede da nossa Sociedade e seu noticiário repercutiu nos
importantes periódicos da época entre eles o Diário de Notícias, O Globo, O
Jornal, O Fluminense, Correio da Manhã, Diário da Manhã e outros,
especialmente do sul do país.
Nessa época, a pesca desenfreada que era
praticada, em nossos mares, causava danos inquietantes às reservas
pesqueiras do nosso litoral. Em diversos pontos eram exterminados cardumes
de savelha, badejos, várias espécies de bagres e de outras espécies
ictiológicas. Um submarino, chamado Servenjink, orientava uma frota de 48
navios pesqueiros soviéticos e estes desenvolviam devastadora pesca de
arrastão recolhendo o produto desse atentado ecológico em navio-usina que
transformava, indiscriminadamente, peixes de todas as qualidades, em farelo
para nutrição de suínos e galináceos da União Soviética, sem que pudéssemos,
legalmente, esboçar o menor gesto de defesa.
É que essa pilhagem ocorria na zona nerítica,
isto é, na parte do mar que cobre plataforma continental, porém fora dos
restritos limites do nosso mar territorial.
Vigorava, na época, o entendimento de que todos
os países tinham direito a um mar de mesma largura, predominado a assim
chamada Doutrina Clássica do Mar de Três Milhas. Passamos a defender a
Doutrina da Uniformidade Relativa, isto é a de que o mar territorial de cada
país, teria de ajustar-se às suas condições específicas de modo a
estender-se basicamente sobre toda a extensão de sua plataforma continental.
No caso do Brasil, propusemos que o mesmo se estendesse a 200 milhas, que
era a média das máximas extensões da referida extensão submarina das terras
emersas.
Diante das controvérsias suscitadas, não
faltando os que julgavam impossível concretizar a dilatação do mar a tal
distância, o eminente jurista Armando Redig de Campos teve a idéia de
sugerir uma reunião conjunta da SBDA e da ABDM para discutir o projeto de
nossa autoria uma vez que o tema era vivamente debatido nas duas
instituições, cada qual enfatizando os aspectos mais relacionados com seus
objetivos estatutários.
Essa histórica reunião realizou-se na sede da
SBDA, no Ministério da Aeronáutica, em 23 de setembro de 1958. Presidiu-a o
Marechal do Ar Hugo da Cunha Machado, pela SBDA e o Professor e
Desembargador José Cândido Sampaio de Lacerda, pela Associação Brasileira de
Direito Marítimo, que ele, brilhantemente conduzia, na oportunidade.
Seguiram-se debates com a participação dos Professores Pedro Calmon Filho,
Sampaio de Lacerda, Sylvio Barbosa e Ferreira de Souza. O presidente Sampaio
Lacerda agradeceu pela honra que lhe foi concedida pelo Presidente da SBDAE,
ao Prof. Elio Monnerat "pelo brilhantismo de sua exposição sobre o tema
localizado" e a todos os professores presentes, entre os quais se
encontravam João Vicente Campos, Madalena Londero, Mendes Xavier, Almirante
Washington Castro, Ferreira de Souza, Ivani Araújo, Lair Scoralick, Eurico
Paulo Valle, Maria Beatriz de Barrientos, Antonio Metello e outros
Pouco antes, havia ocorrido um fato novo e
muito inquietante: a Comissão de Segurança Nacional do Senado da República,
por certo inadvertidamente, manifestara-se, irrestritamente, "favorável à
aprovação e à ratificação, pelo Brasil, as Convenções de Genebra de 1988
sobre o direito do mar". A aplicação irrestrita dessa permissão, pelo
Presidente da República, impediria o Brasil de dilatar o Mar a 200 milhas,
porque, o texto da Convenção limitava a largura de qualquer mar territorial
a 12 milhas. Se reserva formal a esse respeito não fosse manifestada, o
Brasil ficaria indefeso diante da devastação que se praticava nos seus
mares.
Mais grave ainda: teve acolhida o mesmo
entendimento no Congresso Nacional, daí resultando a aprovação da Resolução
n. 65/68, que autorizava formalmente, a aventada ratificação.
Como estagiário da Escola Superior de Guerra,
credenciado pela Sociedade Brasileira de Direito Aeronáutico, lá defendi a
mesma tese no internamente chamado Trabalho de Turma, o qual, generosamente
selecionado pela comissão competente, foi encaminhado ao Estado Maior das
Forças Armadas e por este ao Conselho de Segurança Nacional, contribuindo,
desse modo para que sua Excelência o Presidente da República, General Emílio
Garrastazu Medici, exortado a não ratificar a citada convenção sem a reserva
que lhe era permitida, entendeu oportuno, mais do que isso, promover a
imediata dilatação do Mar Territorial a 200 Milhas.
O Congresso Nacional em candentes manifestações
de patriotismo, apesar daquele anterior posicionamento, não vacilou em
louvar a atitude que empolgaria todo país.
Estava dilatada a soberania marítima brasileira
de 155.000 Km2 para 2.775.000 Km2 , assim abrangendo a Plataforma
Continental Brasileira .
O ato do Governo brasileiro não era
simplesmente um rasgo desestudado de defesa de nosso patrimônio biológico,
impiedosamente devastado pela pesca irregular das potências marítimas
estrangeiras. Ele calcava-se na Doutrina da Uniformidade Relativa do Mar
Territorial fundamentada nos parâmetros já expostos e, muito especialmente,
levando em conta que 98% das espécies de peixes vivem sobre a plataforma
continental, graças ao plancton animal e vegetal que é produzido na zona
nerítica dos mares de todo o mundo.
SEGURANÇA DA AVIAÇÃO CIVIL
Compulsando os relatórios posteriores a 1° de
abril de 1990 quando se interrompeu a prática da elaboração das atas
próprias de reunião ordinárias, neles vemos consignada a realização do I
Encontro sobre Segurança da Aviação Civil com a participação de mais de 200
pessoas, sendo a mesma valorizada pela presença de palestrantes da República
Federal da Alemanha, França, Estados Unidos da América , Japão e do Brasil,
e do Diretor Técnico da IATA.
O sucesso da iniciativa ensejou a realização de
outro evento com o patrocínio da Northwestern University, realizada em
Chicago.
CURSOS ABERTOS A PAÍSES AMIGOS
Os cursos promovidos pela Sociedade granjearam
importância internacional atraindo os alunos da Argentina, Angola, Bolívia,
Costa Rica, Cuba, Equador, El-Salvador, Honduras, Paraguai e Venezuela para
mencionar apenas os realizados em 1993 e 1995.
Outrossim, cursos foram realizadas, em outras
capitais da Federação entre estas Brasília, Porto Alegre e Curitiba.
JORNADAS LATINO-AMERICANAS
A Sociedade, em 1994, realizou, com a ALADA, as
XVIII Jornadas Latino-Americanas de Direito Aeronáutico e do Espaço.
Em 1994 a Sociedade viu-se abalada pela
infausta e inesperada notícia do falecimento do seu Presidente,
Ten-Brigadeiro Waldir Pinto da Fonseca em pleno exercício da das suas
atividades e quando era iminente a realização da reunião da ALADA a que nos
referimos, a qual iria contar com a grata e honrosa participação do
Presidente do Conselho do OACI, Dr. Assad Kotaite.
Coube ao 1° Vice-presidente, Aguinaldo de Mello
Junqueira Filho, assumir a presidência e promover a eleição para
preenchimento do cargo vago, assumindo a orientação desta casa o Ten.
Brigadeiro Pedro Ivo Seixas.
ASSUME O BRIGADEIRO PEDRO IVO SEIXAS
Ao assumir, o novo Presidente elegeu como seus
objetivos, a recuperação da Biblioteca Cláudio Ganns, cujo acervo vinha
sendo dilapidado em conseqüência da reversão para a CERNAI das dependências
em que estava instalada; a retomada das reuniões mensais de estudos; a
reformulação da Revista Brasileira de Direito Aeroespacial, com novo formato
gráfico e linha editorial específica dedicada exclusivamente ao Direito
Aeronáutico e Espacial e, por limitação de recursos, com periodicidade
quadrimestral; a intensificação do estudo do Direito Espacial e a dos cursos
de divulgação e de aperfeiçoamento que vinham sendo já ministrados pela
Sociedade.
Daí passamos a destacar as principais
atividades e os eventos mais notáveis para a SBDA, omitindo em benefício da
concisão a honrosa e brilhante lista de conferencistas e de temas tratados
em eventos periódicos e rotineiros.
CONFERÊNCIAS E PAINÉIS
Celebrando, conforme recomendação do Ministério
da Aeronáutica, o 50° Aniversário da Organização da Aviação Civil
Internacional e a instituição do Dia da Aviação Civil coube-me a mim, Elio
Monnerat Solon de Pontes, a tarefa de pronunciar conferência sobre a
Convenção da Aviação Civil Internacional, ou seja, a Convenção de Chicago de
1944.
Merece especial destaque a conferencia
pronunciada em maio de 1999, na Sociedade, pelo Presidente do Conselho da
OACI, Dr. Assad Kotaite, sobre o tema "Sistema Global CNS/ATM: Implicações
Institucionais e Jurídicas".
Também o Painel de Debates, realizado em abril
de 1 999, sobre Direitos Reais Internacionais sobre Equipamentos Moveis,
inclusive Aeronaves e Motores", com a participação do Prof. Jeffrey Wool
(Coordenador da AWG-Aviation Working Group) e do Dr. José M. V. Rocha
(Conferência, da SBDA, sobre os "Anteprojetos UNIDROIT ").
ALTERAÇÕES NO CÓDIGO AERONÁUTICO
Nesse mesmo ano de 1994 foi criado um grupo de
trabalho sob a coordenação Dr. José da Silva Pacheco destinado a sugerir
alterações a serem inseridas no Código Brasileiro de Aeronáutica visando a
atualizá-lo em função de normas emitidas pela Constituição Federal de 1988 e
as tendências marcantes da evolução do transporte aéreo, com ênfase nos
aspectos políticos e econômicos.
O trabalho resultante mereceu longo e
meticuloso exame de numerosos juristas interessados, tendo as propostas da
SBDA sido encaminhadas à autoridades competentes do Ministério da
Aeronáutica, tendo sido publicado na Revista, n. 67/l955.
PRIMEIRO SEMINÁRIO DE DIREITO ESPACIAL
Em maio de 1995 foi realizado um seminário
abordando o tema "O Brasil e o Direito das Atividades Espaciais", o qual
contou com expressiva participação de juristas, autoridades e profissionais
ligados a essa área. Com esse evento a SBDA retomou, efetivamente, o estudo
do direito espacial e estabeleceu estreito vínculo de cooperação com a recém
constituída Agência Espacial Brasileira (AEB) e com o Instituto Nacional de
Atividades Espaciais (INPE), de S. José dos Campos.
SEMINÁRIO DE DIREITO AERONÁUTICO NA CÂNDIDO
MENDES
Teve grande repercussão o Seminário sobre
Direito Aeronáutico realizado em 1996, na Universidade Cândido Mendes com
apoio desta e da Escola Nacional de Magistratura. Dele participaram, como
conferencistas, Dr. Thadeu de Jesus e Silva, Dr. Aguinaldo Junqueira Filho e
o Dr. Luiz Camargo Pinto de Carvalho destacando-se a participação do
Ministro Francisco Rezek. De assinalar-se a significativa audiência,
invulgar para esse tipo de evento, que lotou, durante todo o tempo, o
Auditório do Conjunto Universitário Cândido Mendes.
Tal êxito estimulou os organizadores a
repetirem a iniciativa, em maio de 1999, com o mesmo sucesso, novamente dela
participando o Ministro Francisco Rezek, entre outros juristas de renome,
JORNADAS IBERO-AMERICANAS, EM SALVADOR, BAHIA
Mas sem dúvida iniciativa da maior importância
para a SBDA, foi a realização das "XXVII Jornadas Iberoamericanas de Derecho
Aeronáutico y del Espacio y de la Aviación Comercial" realizadas em
Salvador, Estado da Bahia, de 23 a 25 de setembro de 1997, com a
participação e o apoio da Base Aérea de Salvador e em parceria com o
Instituto Iberoamericano de Derecho Aeronáutico y del Espacio y de la
Aviación Comercial, Organismo Consultivo das Nações Unidas, sediado em
Madri, e a Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia. Esse
conclave congregou entre participantes e acompanhantes quase 500 pessoas de
16 países. A cerimônia de abertura foi presidida pelo Governador do estado
da Bahia, com a presença do Ministro da Aeronáutica. Em edição especial, a
Revista Brasileira de Direito Aeroespacial (n. 73) publicou os principais
acontecimentos que marcaram a iniciativa e os textos completos dos trabalhos
apresentados.
NÚCLEO DE ESTUDOS DE DIREITO ESPACIAL
Foi instituído o Núcleo de Estudos de Direito
Espacial, grupo multidisciplinar destinado a congregar profissionais de
diversas áreas de níveis diferentes, desde professores universitários até
estudantes de direito, permitindo valioso e interessante intercâmbio de
idéias. A iniciativa obteve o valioso apoio e a participação das mais
importantes instituições do país interessadas na matéria.
Dele participam, com dedicação e excelentes
resultados, as seguintes personalidades: Antonio Carlos Boscaro, do INPE;
Antonio Temoteo dos Anjos Sobrinho, da AEB; Carlos José Prazeres Campelo, da
AEB; Elio Monnerat Solon de Pontes, da SBDA; Fábio Geraldo Veloso, da SBDA;
Flávio Xavier, da IFISAL/Núcleo; Gerson Kistermarcher, do CTA; Ismael Cezar
la Banca, da DIRENG; Jorge Robichez Penna, da TELEBRÁS; José Eduardo M. da
Fonseca, da DEPV; José Monserrat Filho, da SBDA; José Renato Flabiano, do
INPE; Maria Helena F. S. Rolim, da SBDA; Paulo Ribenboim, da EMBRATEL; Pedro
Ivo Seixas, da SBDA; Ricardo Marotta Rangel, da AEB; Wálteno Marques da
Silva da AEB.
Gravitando em torno desse núcleo, diversas
conferências técnicas do melhor quilate foram pronunciadas pelo Engenheiro
Paulo Ribenboim, da Embratel, Dra. Telma Krug, do INPE e Embaixador Carlos
José Prazeres Campelo, da AEB.
OUTRAS REPRESENTAÇÕES
A Sociedade fez-se representar no XLVII
Congresso da International Astronautical Federation, realizado em Beijing,
Capital da China, em 1996, nas pessoas dos consócios Prof. Elio Monnerat
Solon de Pontes e Prof. José Monserrat Filho que apresentou trabalho sobre a
cooperação espacial entre o Brasil e a China.
Participou, também do Fórum Mundial sobre a
Política de Telecomunicações promovida pela União Internacional de
Telecomunicações, em Genebra, Suíça. Dela participou o Prof. José Monserrat
Filho, como integrante da delegação do Ministério das Comunicações, na
qualidade de Observador da SBDA.
Igualmente no VIII Simpósio Brasileiro de
Sensoriamento Remoto, promovido em Salvador, pelo Instituto Nacional de
Atividades Espaciais (INPE) e pela Sociedade Latino-americana de
Sensoriamento Remoto e Sistemas de Informação Espacial (SELPER), a sociedade
esteve presente através de conferências proferidas pelos associados Prof.
José Monserrat Filho e Profª. Dr.ª Maria Helena Fonseca de Souza Rolim.
Na reunião do COPUOS, realizada em Viena, em
março de 1997, o Prof. José Monserrat Filho, integrou a Delegação brasileira
na qualidade de Observador credenciado da SBDA.
A World-Wide CNS/ATM Implementation Conference
realizada pela OACI no Rio de Janeiro, em 1998, tendo o seu Presidente,
Brigadeiro Pedro Ivo Seixas, sido designado Chefe da Delegação do Brasil e
eleito Presidente da Conferência, oportunidade na qual o nome da SBDA foi
mencionado em vários documentos administrativos, além da vinculação
atribuída pelo próprio Presidente e com oportuna divulgação no seio da
comunidade da aviação civil internacional. A importância dessa Conferência
pode ser aquilatada pelo número de participantes, quase um milhar,
significando o maior número de participantes nas Conferências da OACI fora
da sua sede.
Em Honduras nas XXVI Jornadas Iberoamericanas,
o Dr. Thadeu de Jesus Silva pronunciou Conferência sobre a Privatização de
Aeroportos e Navegação Aérea.
IMPORTANTES CONFERÊNCIAS
Pronunciaram conferências o
Major-Brigadeiro-do-Ar Ruy Messias de Mendonça, da CERNAI, o Dr. Expedito
Albano da Silveira, da SBDA, a Equipe da alta Direção da AEB, o Embaixador
Carlos José Campelo, Diretor do Departamento de Cooperação Espacial da AEB e
o Dr. Ferdinando Maglione, da Assessoria de Assuntos internacionais do
Ministério da comunicações.
Foi promovido interessante painel sobre
"Overbooking versus No-Show" com a participação da Dra. Lúcia Munhoz (DAC),
Dr. Aguinaldo Junqueira (VARIG) e Dr. José Gabriel Assis de Almeida
(Advogado).
OUTROS EVENTOS DESTACADOS
"O Projeto do Programa Espacial Brasileiro:
Veículo Lançador de Satélites (VLS) e o Centro de Lançamento de Alcântara
(CLA) foi objeto de palestra pelo Cel. Antônio Hugo Pereira Chaves, Diretor
do Instituto de Aeronáutica e Espaço, do Centro Técnico Aeroespacial.
Em outra oportunidade o Dr. Duval Vianna,
Doutor em Direito, Procurador de Justiça e Juiz Árbitro do 1° Tribunal
Arbitral do Rio de Janeiro fez interessante exposição sobre "A Arbitragem no
Sistema Jurídico Brasileira."
Ainda há a lembrar a palestra sobre "A
Implantação do Sistema CNS/ATM: Aspectos Jurídicos" solicitada ao Dr.
Guttemberg Rodrigues Pereira, Assessor da CERNAI e membro do Painel Técnico
(LTEP) da OACI.
PROJETO DE LEGISLAÇÃO ESPACIAL
Em dezembro de 1998, foi constituído um
importante Grupo de Trabalho com a finalidade de elaborar minuta de Ato
Normativo das Atividades Concernentes a Lançamentos Espaciais, que se
constituiria na semente da futura Lei Espacial Brasileira, levando em conta
a convicção de ser inadiável a necessidade de ser elaborada uma legislação
que, a exemplo de outros países que desenvolvem essa atividade, permitisse
ao Brasil ampliar sua atuação nesse campo, tirando partido da genial
iniciativa que se constituiu na construção do Centro Espacial de Alcântara.
Com a legislação resultante pode o Brasil, operar e locar suas instalações
para a execução de projetos internacionais de lançamento. Os trabalhos foram
conduzidos sob a coordenação do Embaixador Carlos José Campelo, da AEB tendo
como relatores, inicialmente a Dra. Paula Miranda de Vasconcellos, (então
Infraero) e em seu anteprojeto final pelo Prof. Elio Monnerat Solon de
Pontes (SBDA) contando ainda com a efetiva participação de membros desta
Sociedade e das principais organizações nacionais interessadas no setor das
atividades espaciais. O texto resultante foi publicado pela Revista
Brasileira de Direito Aeroespacial (n.76/1999), assim contribuindo para a
progressiva construção do Sistema Espacial Brasileiro. Podemos afirmar que
dispõe o Brasil de verdadeiro embrião de futuro Código Espacial, o que já
lhe permite regular os lançamento espaciais da base de Alcântara,
convertendo-a em porta aberta para a utilização internacional rentável de
suas notáveis instalações, genialmente localizadas na linha equatorial.
HOMENAGEM AO BRIGADEIRO RENATO CLÁUDIO COSTA
PEREIRA
Cumprindo resolução aprovada, unanimemente, em
Assembléia Geral Ordinária, a SBDA prestou significativa homenagem ao
consócio Major-Brigadeiro-do-Ar Renato Cláudio Costa Pereira, pela sua
eleição para o cargo de Secretário-Geral da Organização da Aviação Civil
internacional (OACI), realizando, em 11 de junho de 1997, expressiva sessão
solene que teve como ponto alto a outorga da Medalha Honra ao Mérito da SBDA
ao insigne homenageado.
UMA COLETÂNEA PRECIOSA: "DIREITO ESPACIAL"
Em setembro de 1997, foi publicada pela Agência
Espacial Brasileira, com o título de "Direito Espacial", ampla e minuciosa
coletânea preparada pelo Núcleo de Estudos de Direito Espacial da SBDA,
contendo as principais convenções, atos internacionais e diversas
disposições legais em vigor sobre a matéria. Com apresentação de qualidade
superior, o volume foi amplamente distribuído a universidades, centros
acadêmicos e estudiosos em geral, convertendo-se em notável instrumento de
estudos especializados.
A SBDA NA INTERNET
Passou a SBDA, desde de 1997, a contar com um
"site" consideravelmente rico na Internet, mediante ele colocando à
disposição do público e dos estudiosos, elementos de grande importância,
pertinentes aos seus objetivos.
No ano seguinte passou a ter registro de
domínio próprio em www. sbda. org. br .
É oportuno assinalar que esse esforço foi
desenvolvido com recursos da própria Sociedade, revelando-se excelente
instrumento de divulgação desta e do direito aeroespacial.
ALTERAÇÕES ESTATUTÁRIAS
Com o crescente e renovado interesse no Direito
Espacial e a conseqüente diversificação das atividades cientificas da
Sociedade, a Assembléia Geral Ordinária (1998) houve por bem criar uma 3ª
vice-presidência, tendo eleito para ocupá-la o Prof. Monserrat Filho. No
mesmo ato, a composição do Conselho Consultivo foi aumentada para 14
membros.
Outra importante inovação, na área
administrativa, pela possibilidade que abre ao aporte de recursos para a
instituição, é a nova categoria de Sócio Institucional aprovada em
Assembléia Geral Ordinária (1997) a qual teve boa aceitação entre as
organizações de destaque e tradição no setor aeroespacial brasileiro. De
imediato a SBDA teve o privilégio de incluir nessa categoria a Agência
Espacial Brasileira (AEB), o Departamento de Aviação Civil (DAC), o
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Empresa de
Infra-Estrutura Aeroportuária (INFRAERO) e a VARIG.
A MEDALHA DE HONRA AO MÉRITO DA SBDA
A medalha Honra ao Mérito da SBDA foi criada em
1960, como parte das comemorações dos dez anos da Sociedade. Daí para cá,
foi submetida a diversas modificações, atingindo o status atual na década de
80, destinando-se a perpetuar o reconhecimento ao mérito individual e a
relevantes serviços prestados ao Direito Aeronáutico e Espacial e à SBDA.
Hoje, a comenda é constituída de medalha e fita
nas cores da Sociedade, mais botão de lapela e diploma. A medalha traz, em
uma face, a inscrição Honra ao Mérito, SBDA e o seu logo tradicional; na
outra face, Sociedade Brasileira de Direito Aeroespacial.
Em abril do corrente ano, por recomendação do
Conselho Consultivo, foram agraciados com a Medalha de Honra ao Mérito os
seguintes Consócios: Dra. Altair Stemler da Veiga, Dr. Álvaro Fabricio dos
Santos, Dra. Ana Munhoz, Dr. Antonio Temoteo dos Anjos Sobrinho, Emb. Carlos
José Prazeres Campelo, Dra. Gladis Maria Cercal de Godoy, Dr. Guttemberg
Rodrigues Pereira, Dr. José da Silva Pacheco, Dr. José Gabriel Assis de
Almeida, Dr. José Monserrat Filho, Dr. Lino Pereira da Silva, Sr. Murillo
Couto, Dr. Sylvio Mário de Lóssio Brasil. O ato respectivo estará sendo
concretizado nesta solenidade.
UM REGISTRO E UM AGRADECIMENTO
Finalmente, cabe ser realçado que a atuação
desta Sociedade teria sido impossível sem o fraternal e consciente apoio
recebido do Ministério da Aeronáutica, particularmente do DAC, da CERNAI e
da INFRAERO, além da Agência Espacial Brasileira (AEB), do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e, dentre todas as empresas aéreas,
ultimamente, a VARIG.
Por último, seja-nos lícito mencionar duas
personalidades, uma do passado e outra do presente, cujos nomes devem ser
pronunciados com a mais justa admiração.
Refiro-me, em primeiro lugar, ao inesquecível
Marechal Hugo da Cunha Machado que foi, desde que se pensou na fundação
desta instituição, durante longos anos, a vida e a alma desta Sociedade,
conduzindo-a com dedicação e dando exemplos dignificantes e construtivos de
saber, de competência, de dedicação e de patriotismo.
No presente, uma outra figura extraordinária
deve ser mencionada. Este, a exemplo do primeiro, lembra-nos o pensamento de
ilustre brasileiro que observou ser a natureza amiga de antíteses. Uma
personalidade que contrasta o maior conceito, a maior influência, o mais
amplo e sólido relacionamento social e a mais vasta cultura, com a modéstia
e a simplicidade mais admiráveis. Ocupou e enalteceu altos cargos inclusive
o de Comandante da Escola Superior de Guerra e atingiu o mais alto posto da
hierarquia militar.
Refiro-me ao eminente Presidente Pedro Ivo
Seixas que hoje conduz com notável sabedoria a Sociedade Brasileira de
Direito Aeroespacial.
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